Não é novidade que a Feira Internacional de Criatividade, Cannes Lions, realizada na França, traz inúmeras narrativas premiadas. Em junho, a Riviera Francesa passa a ser um hub de publicitários, sejam eles redatores, criadores de conteúdo, designers, entre tantos outros profissionais, porque é dali que saem os debates que tomarão conta da indústria nos próximos meses. 

Ainda que a criatividade seja o ponto de partida entre tantas avaliações, a Cannes Lions traz ensinamentos que vão além de como construir uma campanha com um storytelling bem amarrado. Na programação, painéis são pautados por temas globais que envolvem tanto o mercado publicitário quanto o mundo contemporâneo. 

Ao contrário do que muitos pensam, neste ano, a inteligência artificial foi só mais um capítulo dentre um leque repleto de temas atuais. Discussões sobre igualdade de gênero, sustentabilidade e transformação social foram alguns dos assuntos mais comentados por empresários e outros profissionais do setor.  

E não é de se estranhar que temas tão recorrentes tenham se tornado tópicos tão importantes em meio à uma premiação criativa. Estamos vivendo em um mundo em ebulição e que, em algum momento, pode colapsar - seja pelo excesso de informação, pela tecnologia acelerada ou pelo consumo desenfreado. 

Aliás, esse último tópico é algo que tanto nos interessa. Fundadores e diretores de marketing de marcas globais foram convidados para elaborar um pouco mais sobre o atual comportamento do consumidor. Afinal, por que ainda insistimos (nós, como seres humanos) em comprar excessivamente, uma vez que temos alternativas que são mais responsáveis e sustentáveis? 

Pode ser que a resposta seja óbvia, como "é a tendência!". Mas, aqui, deixamos a reflexão: será que a tendência vale a longo-prazo, pensando na durabilidade e no acúmulo de peças? Sabemos que as trends circulam rapidamente, podendo durar um mês ou apenas uma semana, então, percebemos que nem sempre é o melhor caminho. 

Para nós, e para outros empreendedores (ufa!), o consumo consciente é a moeda que mais vale a pena, uma vez que a indústria da moda emite mais carbono que aviões e navios juntos. Por essas e outras que precisamos insistir em produções que criam uma cadeia responsável. 

Dentro desse cenário, é preciso repensar as formas de fazer negócio. Precisamos nos atentar em cada etapa do processo para que um produto excelente chegue às mãos do consumidor e que essa peça carregue consigo valores e propósitos. Afinal, é assim que acreditamos que o nosso trabalho é reconhecido.   

Ao longo da nossa trajetória, cruzamos caminhos com fornecedores que abraçam as mesmas causas que a Escudero, e também encontramos produtos que acreditam na potência e na excelência da moda nacional. Juntos, traçamos metas, nos aprimoramos e construímos peças que são sinônimos de responsabilidade e preocupação ambiental. 

Construímos essa cadeia a partir da fomentação da economia local, com o auxílio de curtumes parceiros, com a escolha de matéria-prima nacional (do couro aos acabamentos) e com uma mão de obra parceira que faz um trabalho manual dedicado. Esse processo foge dos costumes brasileiros para criar artigos de couro, então, reforçamos esse posicionamento sempre que necessário. 

Sabemos da importância da conscientização dos consumidores, acompanhada de uma reeducação sobre produções e impactos sociais. Então, é neste momento que nos atrelamos aos criativos. Precisamos de campanhas, vídeos e tantos outros conteúdos que transmitam manifestos e provoquem reflexões, pensando no futuro global. 

São esses materiais que reforçarão a importância de cultivar o que é duradouro ou daquilo que é vintage e que não envelhece no closet, e é através dessa criatividade que as mudanças podem surgir. 

É urgente olharmos para aquilo que produzimos - seja nas telas ou não. 

Confira as coleções Escudero